UÉ inaugurou o Supercomputador Oblivion

A Universidade de Évora (UÉ) inaugurou hoje, dia 4 de fevereiro de 2020, o Supercomputador Oblivion, adquirido para a infraestrutura de investigação ENGAGE SKA -"Enabling Green E-science for the SKA Research Infrastructure” e apresentado por Miguel Avillez, Professor do Departamento de Matemática da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, coordenador do Supercomputador Oblivion.  

Ana Costa Freitas, Reitora da UÉ; Carlos Pinto de Sá, Presidente da Câmara de Évora; Manuel Silva, Presidente do Conselho de Administração da DECSIS; Domingos Barbosa, Coordenador do Consórcio ENGAGE SKE e Nuno Feixa Rodrigues, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, entre outros, tiveram oportunidade de conhecer melhor as características e potencialidadades deste Supercomputador para a ciência instalado no Data Center da DECSIS (Évora), onde decorreu a sessão.

Capaz de processar 239 milhões de milhões de operações por segundo (TFLOPS) com um custo energético relativamente baixo, o Supercomputador Oblivion foi adquirido para apoiar no processamento de volumes massivos de dados (da ordem dos Petabytes, o equivalente a milhões de Gigabytes), resultantes das diversas atividades de investigação e inovação, desenvolvidas em Portugal e enquadradas no âmbito do design, da prototipagem e operação do radiotelescópio Square Kilometre Array (SKA) e dos seus eventuais percursores. Para estas atividades do ENGAGE SKA estão reservados 50% do tempo de CPU do Oblivion, sendo os restantes 50% utilizados pela comunidade científica e empresas no âmbito da Rede Nacional de Computação Avançada (FCT/FCCN).

Através do processamento paralelo, por via da utilização de centenas a milhares de cores de computação a trabalharem em simultâneo num único problema, o supercomputador permite por um lado, tratar, analisar e obter informações a partir de volumes massivos de dados, mas também efetuar simulações numéricas em vários domínios da ciência (por exemplo, a evolução do Universo após o Big Bang, buracos negros, formação e evolução de planetas, desenho de novos materiais ou medicamentos). 

A máquina, que estará em produção ininterruptamente 24 horas, 7 dias por semana, exceto nos períodos de manutenção, permite, ainda, testar e executar aplicações paralelas para variados cenários de ciência e inovação, podendo envolver a monitorização e recuperação de incêndios, previsões da evolução do clima, a optimização da utilização dos transportes públicos e do tráfego, a melhoria da eficiência no abastecimento energético via diversas fontes renováveis, fábricas inteligentes ou agricultura de precisão.

O Oblivion, fornecido pelas empresas Informantem, S.A e Hewlett Packard Enterprise (HPE), é constituído por nós de computação, de gestão e de storage, possuindo ainda três redes de comunicação internas (uma rede de computação infiniband e duas redes de gestão). O ENGAGE SKA, consórcio de sete instituições portuguesas, liderado pelo Instituto de Telecomunicações (IT) de Aveiro e integrando as Universidades de Évora, Aveiro, Porto e Coimbra, o Instituto Politécnico de Beja e a Associação RAEGE Açores, é a interface da comunidade científica nacional ao SKA, um projeto global que, a uma escala sem precedentes, envolve cientistas e engenheiros integrados em mais de 100 instituições de 21 países na preparação da construção do maior radiotelescópio do mundo. O SKA irá abranger uma área com um milhão de metros quadrados para a recolha de dados através de milhares de radiotelescópios, o que exigirá avanços radicais no processamento de dados, na velocidade de computação e na infraestrutura tecnológica.

Com um financiamento global na ordem dos 4 milhões de Euros, atribuído pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) através do Programa COMPETE 2020, o ENGAGE SKA pretende responder aos desafios do SKA, em linha com um dos eixos principais do programa Portugal INCoDe.2030 (Iniciativa Nacional Competência Digitais e.2030): a supercomputação.

Publicado em 04.02.2020
Fonte: GabCom | UÉ