A ideia não é nova, são conhecidos de todos (ou quase) os bips recebidos a anunciar mais um e-mail na nossa caixa de correio eletrónico do trabalho – um assunto pendente, outro assunto novo, outro ainda para analisar – em que, quem os envia espera por uma resposta – sejam 19h ou 5h da manhã, enquanto, por exemplo, corre a apanhar mais um voo de trabalho, para uma qualquer cidade mundial.
Em França, entrou em vigor no início de janeiro, uma lei que dá aos trabalhadores o “direito a desligar”; seguiram-se outros países, como a Espanha. Em Portugal, o assunto não está legislado, porém cabe a cada instituição refletir sobre a melhor forma de distinguir espaço doméstico, familiar e profissional – num contexto em que os horários de trabalho estão legislados pelo Código do Trabalho.
Na Universidade de Évora, esta medida já está em vigor, e desde o dia 5 deste mês, cada funcionário pode “ativar/desativar” as notificações recebidas fora do horário de expediente. E quando as volta a receber? Precisamente no dia seguinte, quando iniciar a sua atividade. Pelas 9h.
Para Ana Costa Freitas, Reitora da UÉ, esta medida faz todo o sentido, “não devemos estar as 24h diárias ligados apenas a questões de trabalho; todos temos as nossas famílias, amigos, hobbies”. Ainda para mais, acrescenta a responsável da Academia eborense, estamos “localizados numa cidade e numa região propícia ao convívio e à prática de uma vida saudável e familiar”, razão pela qual, “apostámos também no projeto UBIKE para uma mobilidade sustentável e, em breve, vamos lançar o projeto Universidade Saudável USE”, para além de outras medidas que, “acredito sejam uma mais-valia para funcionários, alunos e investigadores da nossa Universidade”.